Sobre



Somente embaçado o espelho é fiel. A nitidez escraviza. Por isso, ela deixa a água quente a ponto de ferir a pele. Como se já não queimasse por dentro.

Desejo, febre, culpa. Ansiedade. Pêlos. Presas dentro dela, muitas outras.

Famintas. Tantas vidas e uma só pele. Brilho mortiço da Lua. Carne nua. Crua. Sangue. Sonhos estranhos. Profanos. Sagrados enganos. Profética morfina. Contornos no escuro. Seda, suor e unhas.

Sim. Você se lembra dela de algum lugar.

Ela poderia ser a estudante quente. Ou sua vizinha crente. A moça que passeia os cachorros da vizinhança. A viciada que bateu sua carteira. A punk passeando no shopping. A jovem triste na fila do cinema. A hacker que roubou seus dados. A hippie manifestante. A puta que amparou o velho caído na calçada. A amiga louca da sua prima. A professora comportada da escola em frente ao teu prédio. A adestradora de cães assassinos. A solteirona entediada na cafeteria. A sedutora dançarina da boate.

Talvez ela seja mesmo todas. Talvez, nenhuma. Ao menos enquanto a água estiver bem quente, ninguém saberá.

Paulo Fodra é escritor, marqueteiro e músico. Inquieto por natureza, vive ocupado por conta das vozes em sua cabeça.




Anna tem mais de 40 anos, aparência de menos de 30 e espírito de menos de 15.

Paulistana, já morou em São Paulo/SP onde passou a maior parte da vida, em São Bernardo do Campo e atualmente mora na região de Cotia, em Vargem Grande Paulista/SP, por ter optado por uma qualidade de vida melhor, mais saudável e tranquila. Já morou no Rio de Janeiro/RJ cidade natal de seu segundo marido quase 10 anos mais jovem com quem está há mais de 12 anos.

O casal (ainda) não tem filhos. Apesar de ter cursado Magistério, ter sido professora e adorar crianças, sofreu dois abortos espontâneos traumáticos. Ainda pensam em ter filhos naturais mas, se não for possível, o casal prefere não obter ajuda de métodos médicos e científicos e irão partir para a adoção, uma opção já desejada mesmo antes e independente de pensarem em filhos naturais.

Apesar da ausência de crianças na casa o casal tem vários cães que consideram como filhos (e que igualmente dão trabalho) com os quais acordam, comem e dormem. Além dos cães do canil de Rottweilers sem fins lucrativos do casal, possuem outros cães que foram recolhidos e adotados. Tem verdadeira loucura por animais principalmente por cães, lobos, cavalos e animais exóticos mas tem verdadeiro pavor e pânico a qualquer tipo de inseto, o que chega a ser contraditório levando-se em consideração onde mora e a infância vivida grande parte em sítios e fazendas da família. Quer todo os animais que vê na televisão e chora emocionada quando é um filhote. Seu sonho de consumo é uma fazenda onde possa manter um abrigo para animais abandonados ao lado dos cães que cria. É enfermeira veterinária, comportamentalista animal, adestradora e já atuou na proteção e defesa de animais abandonados mantendo um dos maiores sites de doação/adoção com recursos próprios, recebendo várias destaques, indicações e menções honrosas e destaques em várias revistas e jornais como "O Estado de São Paulo" e "Folha de São Paulo", além de já ter participado de vários programas de TV com a temática animal nas emissoras Bandeirantes, RedeTV e Record.

Estudou Comunicação Social (Publicidade), Propaganda e Marketing e Web Design. Já foi modelo, DJ, empresária artística, promoter, estagiária, atleta, vendedora, atriz de teatro, dançarina, vocalista de banda de rock, handler, enfim, fez milhares de coisas, mas sua carreira sempre esteve mais focada em Marketing, Comunicação, Publicidade, Música e Internet. Ainda se dedica à criação e aperfeiçoamento da raça Rottweiler, como adestradora em diversas modalidades (ataque, defesa, segurança, agility, treinamento de cães para publicidade, etc.) e em comportamento canino. O casal tem uma empresa home office de IT e Web e outra de sonorização de eventos.

Com parentes próximos e distantes espalhados na Itália, Espanha, Inglaterra, Argentina, USA e Canadá, sonha em pode viajar o mundo mas só pode estar nos USA e em países da América Latina. É descendente de italianos e franco-austríacos por parte de mãe e de portugueses, italianos e índios por parte de pai, tem vivos mãe, um irmão de sangue, uma meia irmã e mais outros irmãos e irmãs filhos dos atuais parceiros de seus pais. Recentemente seu pai faleceu vítima de câncer na véspera do seu aniversário. Eles não se falavam há 3 anos: "tenho a consciência muito tranquila em relação a isso, o que eu pude fazer pelo meu pai eu fiz em vida mas, infelizmente, se as pessoas tomam as decisões erradas, não posso me tornar uma mera observadora enquanto assisto a elas cometerem uma espécie de suicídio em vida". Conheceu uma bisavó que faleceu com mais de 100 anos, todos seus avós e hoje ainda tem uma avó com mais de 90 anos a quem ela se refere com uma mulher atual, antenada, moderna, carinhosa, doce e engraçada.

Já pensou em largar tudo e trabalhar como voluntária no continente africano cuidando de animais. Já foi voluntária em comunidades carentes em projetos com crianças, deficientes e "orfãos" de detentos (crianças cujos pais não deixarão a cadeia antes dos filhos completarem 18 anos). Hoje não consegue mais atuar nessas comunidades porque percebeu a falta de interesse de muitas pessoas em receber ajuda: "Você deixa de fazer suas coisas e reserva um tempo precioso da sua vida pra se dedicar de corpo, alma e coração aberto a essas pessoas, depois vira as costas e estão comentando entre em si sobre como orientar a filha de 14 anos a engravidar de três ou mais homens para poder receber três pensões alimentícias ou mais de cada um, ou dicas de como invadir um terreno e levantar um barraco vazio para área ser desocupada depois pela prefeitura para eles receberem auxílio-aluguel, é desanimador, por isso acabei me focando mais em animais, eles não sabem falar, não podem pedir ajuda, dependem 100% dos humanos, aceitam aquilo que você puder dar a eles e sua gratidão é sincera. Quero voltar a ajudar pessoas mais diretamente, mas por enquanto preciso cuidar do aspecto de como minha cabeça irá lidar com essa realidade que eu vivenciei".

Tem depressão por ansiedade, Toc - Transtorno Obsessivo Compulsivo, de Síndrome de Raynaud, Discopatia Degenerativa na coluna cervical, Condromalacia Patelar nos dois joelhos e várias outras lesões musculares, consequência de uma vida de atleta. É também (ex)dependente-química principalmente de cocaína e anfetamina que a impede de ser medicada com medicamentos controlados. Já foi internada em uma clínica psiquiátrica para desintoxicação e em decorrência de tentativa de suicídio e automutilação. Como lida com isso: "Não posso mudar, corrigir ou curar a maioria, então aprendi a conviver com todos os meus problemas, todo dia é uma luta e vários obstáculos que preciso enfrentar".

É verdadeira, sincera, selvagem, intensa, impulsiva, dramática, apaixonada, engajada, gosta de poesia, música, ama animais, principalmente cães, lobos e cavalos, é Geek e Troll. O que ela é na vida real, é no ambiente cibernético: "as pessoas que me conhecem primeiro pela internet e depois pessoalmente sempre me dizem: você é exatamente aquilo que a gente espera, só um pouco "mais louca", o que é engraçado porque eu sempre me achei careta perto de outras pessoas e acho que, com o tempo, tenho ficado cada vez mais careta, isso me preocupa, como será que eu era há 25 anos atrás, uma doida varrida? (risos)".

Se diz capaz de perdoar a traição, mas não a mentira. Compreende o preconceito, mas não a hipocrisia e a incoerência. Disléxica, não é aquela filha, neta, sobrinha, prima e melhor amiga que telefona sempre, mas está sempre preocupada com todos, até com estranhos, e pensa em todo mundo o tempo todo. Gosta de ajudar, mas nunca pede ajuda. Gosta de elogios, mas não lida bem com eles. É carinhosa, mas não gosta de quem sufoca. Sente falta de gente, mas prefere estar só. Sabe distinguir o momento quando pode explodir ou quando precisa pensar muito antes de dizer algo. Desperta nos outros sempre os extremos: paixão ou ódio. Viveu o luxo e a pobreza, então se adapta bem a qualquer mundo. É vegana por opção e busca uma qualidade de vida melhor. De personalidade forte e opiniões bem formadas, muda de ideia se for bem fundamentada.

É o que é, dificilmente as pessoas se surpreendem com ela que se esforça para agradar, mas não muda sua essência. Tem uma incrível, inexplicável e incompreensível, para muitos, capacidade de amar até pessoas que jamais conheceu. Se retribuir esse amor, serão amigos. Se a odiar, ficará triste, mas seguirá em frente. "Um amigo me disse uma frase que acredito que explique muito meu jeito de ser: nem todos compreendem a sua quase ilimitada capacidade de dar amor a não apenas uma pessoa, mas a tantas quantas te cercam ... e talvez se choquem quando constatam que você possui uma igualmente incomensurável necessidade de ser retribuída na mesma proporção". Se perguntar a ela qual o segredo da felicidade, ela prontamente responde: "não tem segredo, a felicidade está nas menores e mais simples coisas, é isso...".

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